Uma possível fraude de provas no caso de Rimsha Masih, menina cristã de 11 anos acusada de blasfêmia no Paquistão por supostamente ter queimado folhas do Alcorão, traz esperança para sua libertação.

De acordo com o jornal GEO, a polícia paquistanesa deteve um imame, Khalid Jadoon, (autoridade religiosa islâmica) acusado de ter falsificado provas contra a menina, por uma testemunha, Hafiz Muhammad Zubair, no sábado (01/09).

Jadoon foi preso na noite de sábado. De acordo com a testemunha, ele teria acrescentado folhas do livro sagrado do Islã às quais supostamente a menor teria queimado.

A prisão Kahild Jadoon traz uma mudança inesperada para o caso de Rimsha, que está detida desde o dia 18 de agosto quando foi acusada de blasfêmia.

O advogado, Rao Abdul Raheem, que representa o homem que acusou a menina cristã de blasfêmia, advertiu que as pessoas poderiam tomar a lei em suas próprias mãos, se a menina não fosse condenada. A ameaça foi uma aparente tentativa de pressionar o tribunal.

Clérigo Khalid Chishti (centro) chega à uma audiência escoltado pela polícia paquistanesa

Raheem também rejeitou um relatório médico que disse Rimsha tinha cerca de 14 anos de idade e sua idade mental era aparentemente abaixo de sua verdadeira idade.

Parentes e trabalhadores dos direitos humanos argumentam que ela deve ser isenta das leis de blasfêmia por ser menor e por possuir um retardo mental.

“Isso é altamente condenável, porque ela é menor de idade, mas ela está sendo tratada como um criminoso”, disse William P. Xavier, presidente do grupo de direitos Vida para Todos.

A lei da blasfêmia é frequentemente utilizada para atingir as minorias religiosas, não muçulmanos. Apenas uma acusação é suficiente para ter uma pessoa presa. Não há nenhuma disposição na lei para punir um falso acusador ou de um falso testemunho de blasfêmia.

Alguns muçulmanos locais usam a lei como forma de vingaça, fazendo uma acusação contra o seu adversário, que é um não-muçulmano. Muitos dos que são acusados de blasfêmia são mortos por multidões extra-judicialmente.

Depois da prisão da menina em meados de agosto, mais de 600 pessoas tiveram de fugir do bairro cristão por medo.

O Conselho Mundial de Igrejas organizou uma reunião em Genebra no próximo mês para discutir leis de blasfêmia do Paquistão e o caso de Masih.

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